segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ensaio sobre o sentimentalismo

Começou-se a história pela empatia de um pelo outro. Gostaram-se de início. Conversavam que conversavam e, felizes, comemoravam a construção de um relacionamento que, diferente dos outros, se consolidou através de um encontro, e põe encontro, casual. Um deles, porém, apaixonou-se mais e, a cada dia que passava, se apaixonava mais. O outro não desenvolvia o amor apesar de ainda possuir uma grande admiração por aquele. O que amava demais passou a amar mais ainda, isto fez com que o outro se sentisse mal por não poder retribuir o afeto. Disse de forma direta ao apaixonado: "Tudo que posso te entregar é meu sexo, o meu amor pertence somente a mim." O outro retrucou: "Ama-me. Ama-me, por favor, o faça." A clemência do afetuoso sujeito só intensificava com o passar do tempo. "Deve obrigatoriamente me amar, se não o fizer, terei de matar-te." Às lágrimas, o que só tinha o amor para dar usava, agora, de ameaças para concretizar a sua paixão. "Desculpa-me as palavras, todavia tudo que posso te dizer é que o meu amor pertence somente a mim e, agora, você não poderá nem gozar do meu sexo." Ao ouvir estas palavras, afetuosamente e romanticamente, no dia seguinte, se suicidou. Havia uma carta ao lado do corpo que dizia: "Ama-me. Por favor o faça." O sujeito que só amava a si mesmo, ao ler o bilhete, continuou apenas a amar a si mesmo, jogou, pois, o bilhete no lixo e foi em busca de um relacionamento fortuito que pudesse o proporcionar não morte mas sexo.

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