Solidão em mim é o desapego indeferido. Aquela que divide o calor do corpo com os lençóis da cama só para fingir compartilhar algo, mas ao acordar, vê-se perdido em maus lençóis. É o nosso isolamento social, amávamos-nos mas não nos tínhamos - e ainda imaginávamos a falsa ilusão de ter. A solidão não é inimiga mas ela prende com o seu possessivo amor. Solidão é (des)preenchimento, é perder o que se teve, é saudade dos tempos que foram e virão.
Solidão que é morta na leitura de um livro. Na canção que toca incansavelmente no repeat. Nos braços do travesseiro. Solidão é morta no diálogo com a chuva nas tardes de verão. Nas lágrimas desperdiçadas nos filmes de drama. Solidão nunca é início, é rotina, é hábito.
Sim, Solidão em mim é desapego indeferido, mas é morta no compartilhamento das nossas intensas solidões.
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